quinta-feira, 1 de julho de 2010

finalemente.

- Já se conhecem né? – mamãe disse, como ela sabia? Ai, ela queria me falar que o Charlie seria meu professor. –bom, vamos deixar vocês dois se entenderem, espero.

- Por que não me disse que seu nome era Charlie? Por que não me disse que você ia ser meu irmão? Por que me beijou?

- Eu não sabia que você era minha irmã até antes de você ir pra Miami com seu pai, perguntei pra sua mãe como você era, ela me mostrou uma foto sua, logo reconheci seus olhos, e as férias inteiras você trocando e-mails comigo, falando comigo no telefone, é demais pra mim, não deu outra, me apaixonei intensamente por você. Desculpa.

- E você acha que eu só me apaixonei por você depois de falar com você nas férias? Foi quase amor à primeira vista. Só que não tenho mais certeza disso agora que eu sei quem você é Charlie... Holmes... Isso dá na mesma.

- Quer dizer que por eu ser o filho do teu padrasto eu não posso namorar você?

Eu não tinha o que dizer, eu era maluca por ele, mas namorar o meio-irmão jamais daria certo, ou daria? Viver na mesma casa, sei lá... Parece ser muito estranho aos dezesseis anos, incluindo o fato de dividir o quarto com ele, essas coisas. Saí correndo para o meu quarto, sabia que minha solidão não duraria muito, afinal ele estava dormindo no mesmo quarto comigo, era mais estranho pensar nisso depois de tê-lo beijado. –e que beijo.

Minhas crenças de que ele iria dormir no meu quarto estavam erradas, acordei cedo no outro dia, estava morrendo de fome, quando desci fui até a sala ligar a TV, lá estava ele deitado no chão, com a cabeça em uma almofada, todo encolhido de frio, subi novamente, peguei um cobertor pra ele, e o cobri assim que voltei. Mas quando o cobertor tocava seu corpo, ele despertou, fiquei super sem graça; ele se sentou no chão e começamos a conversar.

- Por que não dormiu na sua cama? –será que era uma pergunta que uma puta faria?

- Por respeito a você, seu espaço.

- Sabia que você podia dormir no sofá que é menos duro que o chão?

- Sabia, mas essa foi parte da minha punição por ter te escondido a verdade todo esse tempo.

- Não se culpe por isso... Mas como assim ‘parte da punição’? Dormir no chão não basta? –ele riu com a piada, mas logo ficou sério.

- Falei com meu pai ontem à noite, e disse que era melhor pra você que eu fosse morar com meus avós, e que... –eu o cortei.

- Eu não quero! Eu quero que você fique aqui comigo. Por favor.

- E pra onde foi toda a raiva que você sentia por mim há 12 horas atrás? Tem que estar em algum lugar.

- Eu também não sei onde foi parar, mas eu te garanto que eu não quero mais encontra-la.

Não agüentei, assim que terminei de falar, o beijei. Nossos pais acordaram com nossa conversa, e nos viram aos beijos. Nada mais importava, mamãe estava com Steve, e eu estava com o Charlie. Sim, minha mãe e eu temos um excelente gosto. HAHAHA.

As férias de verão iam embora, mas minhas lembranças permaneceriam comigo eternamente.

Capítulo 7

Os preparativos do casamento estavam simplesmente perfeitos, e cada dia que eu passava com ele não tinha hora pra acabar. Calma, calma, eu não ia me casar, mas minha mãe ia, e eu continuava com o Charlie. Papai também estava namorando, a namorada dele era um amor de pessoa, a melhor madrasta que alguém pode querer, mas segundo o Charlie, a melhor era a dele. É estranho você ser ‘filha’ do seu sogro, mas a gente releva afinal ele era o máximo.

Nunca vi minha mãe tão nervosa quanto naquele dia, a nervosinha mais linda do planeta. Eu ia levá-la até o altar, então também estava super nervosa, é minha cara cair no meio da igreja. Estavam todos ali, as duas famílias, o papai e sua namorada, a mãe do Charlie, seu marido e o filho de cinco anos. Literalmente todos.

Já na festa, organizada por mim e pelo Charlie, sem que minha mãe soubesse, e bancada pelo Steve e pelo meu pai, todos dançavam. Até que o Kevin –sim, ele também estava lá –resolveu subir no palco e dar um recado:

- Bom, para começar eu queria dar os parabéns aos noivos, minha ex-sogra, que por sinal foi a melhor sogra do mundo pra mim, agora é a melhor do mundo para o Charlie, e ao Steve, que é um cara gente boa. Mas eu não subi até aqui só pra isso, aproveitando o clima de casamento, noivado, namoro, essas coisas, eu queria chamar ao palco duas pessoas: Beck e Lizzie. Fica tranqüilo Charlie, ela te ama. Você fala Liz?

- Bom, oi gente. Queria aproveitar também e dar os parabéns para a minha mãe. Que sem ela pra me apoiar eu não seria nada, e também ao meu sogro/padrasto. Agora, à um super pedido do Kevin, eu queria falar pra Beck: Beck, você quer namorar com o meu ex? –sim, só ouviam-se risadas, comentários, choros, de tudo um pouco.

- Por que o Kevin não perguntou? –Beck queria saber.

- Porque estou sem palavras. –ele disse.

- Então cala a boca e beija. – puxou ele pelo terno e se beijaram, todo mundo aplaudiu, mas eles ficavam lindos juntos... Muito perfeitos.

Charlie subiu ao palco, segurou a minha cintura e me beijou também, logo todos os casais ali presente (acreditem, não eram poucos) estavam se beijando também, até o vovô e a vovó, foi bem estranho ver aquilo, mas foi lindo.

Bom, Beck e Kevin desceram do palco e a Ctrl Z com uma participação especial do meu namorado/irmão/professor de música tocamos a música de quando minha mãe conheceu o Steve, ela não sabia que a gente conhecia essa música e íamos tocar pra eles, nunca vi minha mãe tão emocionada quanto naquele dia, até eu chorei enquanto cantava.

Apesar de cada rolo, cada sofrimento, cada beijo, cada história, cada música, todos sabíamos que estávamos felizes, eu com o Charlie, minha mãe com o Steve, papai com a namorada, Kevin com a Beck, a mãe do Charlie com o namorado... E quem não estava com ninguém sabia que uma hora ou outra, mais cedo ou mais tarde, sabiam que iam encontrar alguém que ficariam pra sempre ao seu lado... Até que a morte os separasse.

Fim. ♥

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