terça-feira, 4 de maio de 2010

- Amiga, você tá com o cara mais badalado de todos, e corre atrás de um recém chegado na cidade? O que você tem na cabeça mulher?

- Se for o que eu estou pensando que é, não está na cabeça, e sim no coração. –eu expliquei.

- Calma, o Kevin quer falar com você.

- Tá.

- Oi gata. Adivinha só, o pessoal do time vai pra Miami jogar, maneiro né? A gente está pensando em levar as líderes de torcida, mas elas têm que fazer outra roupa, porque elas reclamam dos shorts curtos, elas falam que sobem muito, e sobe mesmo, eu reparei isso no outro jogo –ele nunca ia parar de falar de futebol? -, então a gente se encontra no jogo ta? Beijo, e ele vai ele chuta e é goooool! E o time vai ao encontro dele, yeah, ele marcou o gol da vitória, ele é o máximo, ele é tudo de bom, ele é o Kevin! –desligou. Na minha cara, e só falou de futebol, odeio isso.

Capítulo 5

Os dias se passavam cada vez mais devagar. Eu não sabia o que era pior: passar meus dias com a Sofia, ou ter que passar os dias com o Kevin. Ou, também, ter que agüentar o meu pai falando de umas coisas aí que nem valem à pena comentar.

Era o grande dia, o dia que o Kevin chegaria, junto com as meninas, e o Holmes. Eu já sabia que Beck ia falar tudo e mais um pouco pra mim sobre o Holmes, afinal, ela que ‘conheceu’ ele primeiro, mas ela não tem nada do que reclamar conheceu e me apresentou porque quis. Nada como poder estar perto das amigas, do namorado, e do professor de música, no meu caso pelo menos não tem nada melhor que isso.

Liguei para o Kevin, perguntar umas coisas que eram de meus interesses, e consequentemente, do interesse da Sofia.

- Gata, você tem que ir ao jogo hoje, o sogrão vai saber onde te levar, e leva suas amigas gatinhas pra me verem também, quem sabe elas peçam autógrafos pra mim, afinal, sou o melhor.

- Ok amor, o Holmes, a Beck e a Bia vieram também? –perguntei de todos, mas queria saber apenas do Holmes.

- Aham, os três vieram juntos, as meninas só vieram porque são as líderes de torcida mais lindas do mundo, você devia ser líder de torcida. –ele AMA líderes de torcida.

- Já disse que não quero ser. –pára de encher o saco. O que ele tinha na cabeça? Uma bola de futebol?

- Tá legal ‘presidente do grêmio’. Te vejo no jogo hoje. Tchau delícia minha. –vou ensinar esse viciado em futebol a ter educação, pelo menos com a própria namorada.

Eu pensava à todo momento em muitas coisas: se valia mesmo a pena correr atrás do Holmes, pensava se valia mesmo a pena terminar com o Kevin, lembrava da mamãe, do Steve, do Charlie... Será que mamãe estava triste comigo? E será que o Steve ainda ia querer ela com a filha que ela tem? Será que o Charlie ia gostar de mim? Ai, todas essas perguntas podia, ter uma resposta, ia facilitar bastante, mas não, elas tinham que ficar se repetindo na minha cabeça, não é? Ah, e ainda tinha o fato de eu estar com medo da Sofia dar em cima do Kevin e do Holmes, principalmente do Holmes. Ah, morri.

- Olá Lizzie querida. –puxa saco dos infernos, essa era a Sofia falando. -você vai ao jogo contra Los Angeles não é? Me leva junto? Eu ia adorar conhecer seus amigos, conhecer meu cunhado –cunhado? –porque eu te considero minha irmã, ou seja, seu namorado é meu cunhado.

- Ah, entendo. Eu vou sim, meu pai te leva também. –será que era uma boa idéia?

Já estava quase começando o jogo, quando vi uma pessoa perfeita vindo em minha direção, era o Holmes. Meu coração bateu mais forte quando o vi, não sei explicar ao certo, só sei que era quase surreal.

- Oi Holmes. –disse toda envergonhada.

- Ai, esse que é o Holmes? Nossa, ele é mais bonito do que eu imaginava, você falou que ele era lindo, mas nunca que eu ia imaginar que seria tanto assim. –ela tinha que fazer isso? –oi, meu nome é Sofia.

- Prazer. Lizzie, o Kevin mandou falar que é pra você torcer pra ele. –disse o Holmes, com que cara eu olhava pra ele depois de tudo o que a Sofia falou?

- Ah, tudo bem. Valeu por dar o recado. A Beck veio?

- Ah, sua amiga Rebeca né? É a que fica dando em cima do Holmes e você tem ciúmes? –puta, lazarenta, inútil, vá falar merda de outra pessoa.

- Fica quieta Sofia! –eu gritei mesmo, onde já se viu fazer isso?

- Desculpa. –falsa!

- Hum, bom... Acho melhor eu ir andando, mais tarde a gente se fala, Liz. –droga, o Holmes foi embora.

- Sofia, vou ver o Kevin. Já volto. –eu disse.

- Ah, vou com você...

- Não, acho melhor você ficar aqui, e guardar lugar.

Na verdade, eu não queria falar com o Kevin, na verdade eu havia ido atrás do Holmes, pedir desculpas pelo o que aconteceu.

- Holmes, espera!

- Oi Liz, o que foi?

- Queria pedir desculpas, a Sofia não mede o que fala, nem se toca quando está sendo inconveniente. –eu expliquei.

Quer dizer... Tentei explicar, porque quando dei por mim, Holmes estava me beijando! Sim, não era sonho, eu estava ali, ele também. Não conseguia pensar em nada, muito menos lembrar que eu tinha um namorado, agora com um par de chifres na cabeça, mas o beijo dele era o mais perfeito, contagiante, de tirar o fôlego, não tinha uma palavra certa que explicasse tudo que aconteceu quando os lábios dele encontraram o meu. Era inacreditável. Mas o beijo acabou... TRISTEZA!

- Desculpa Liz, não foi por mal... Eu me precipitei...

- Você fala demais Holmes.

- Eu acabei de colocar seu namoro em perigo e você curte o beijo? É por isso que eu gosto tanto de você, gosto do jeito que você é. Você está vermelhinha, sabia?

- Logo imaginei que estaria. Bom, a gente se vê depois? Tenho que falar com o... Kevin.

- Ah, o Kevin, claro. Você gosta mesmo dele, né?

- Hoje em dia está bem difícil de falar sim ou não pra uma pergunta dessas. Desde que te conheci, sei lá, eu tenho pensado muito em você.

- Eu também penso muito em você, não só como minha aluna predileta, nem como a presidente do grêmio, nem como namorada do Kevin. Eu te amo Liz, e acho que nada muda isso.

Ele me deu outro beijo, cada beijo que ele me dava era como desaparecer, sentir só o beijo dele e mais nada, a gente estava em um estádio de futebol, o barulho era imenso, mas eu não ouvia nada, não queria que aquele momento acabasse... Mas acabou, Sofia me viu aos beijos com ele.

- Ah... Eu não vi nada, podem ficar tranqüilos, só queria avisar que a Ctrl Z vai abrir o jogo. A Beck e a Bia estão te esperando no camarim, e elas trouxeram a guitarra, microfone, tudo o que vocês precisam. Pode ir lá, tenho que falar com meu irmão, ele tá está no banheiro, se preparando pra jogar contra Los Angeles.

Eu realmente ia adorar segui-la, porque eu já sabia que ela ia aprontar alguma coisa, mas eu não tinha tempo, tive que correr pro nosso camarim improvisado, e começar o nosso pequeno show. Enquanto rolava o show no estádio, Sofia estava no banheiro masculino, mas não falando com o irmão, mas sim com o Kevin.

- Kevin, sabia que você é muito lindo pra coitadinha da Lizzie? Eu sou muito mais bonita que ela. –sabe aquelas biscates que passam a mão nos namorados dos outros? A Sofia era assim.

- Eu não acho a lizzie feia, pelo contrário, ela é bonita, você também é linda, mas tu nem mora em Los Angeles pra poder te exibir pros meus amigos.

- Você me beijaria se eu te falasse que a sua namorada bonitinha beijou o Holmes?

- Não, eu gosto de alguém que não é a Lizzie, mas ela mora em Los Angeles, NUNCA ficaria com você Sofia, fala sério.

- Idiota! –bem feito, bem feito, bem feito.

Entre o show e o jogo, houve um intervalo de cinco minutos, tempo suficiente pra terminar com o Kevin, e ir atrás do Holmes, se ele ainda me quisesse.

- Kevin!

- Lizzie!

- Quero terminar o namoro. –nós dois dissemos juntos.

- Jura? –eu perguntei. –então não tá chateado comigo?

- Não, eu só ia pedir uma ajudinha com a Beck, pode ser?
- Claro. Obrigada por me fazer feliz no ultimo ano, jogador de futebol.

- Eu aprendi muito com você, presidente do grêmio.

E a gente saiu, ele foi jogar, e eu fui procurar o Holmes, mas eu não o encontrei. Encontrei, na verdade, meu pai. Ele disse que tinha uma reunião muito importante não sei onde, e que me levaria para o aeroporto, para que eu voltasse pra casa.

Capítulo 6

Fiquei me perguntando o vôo inteiro se tudo o que tinha acontecido teria sido verdade, ou apenas um sonho, um dejá vu, ou algo do gênero, mas no fundo eu sabia que tudo isso era verdade, sabia que eu estava com o Holmes, e sabia, também, que quando eu chegasse em casa eu conheceria o Steve, e o Charlie. Mas eu mudei um pouco de idéia a respeito de conhecer eles, acho que vai ser bem interessante ter um pai de novo em casa, um irmão deve ser legal também, principalmente por ter a minha idade.

Horas depois, eu já me encontrava em casa, nunca me arrependi tanto de uma coisa quanto aquele dia, eu adorei o Steve. Ele era muito diferente do que eu achei que era. Brincalhão, extrovertido, ele gostava de uma cerveja quase tanto quanto eu, só uma pessoa que eu não havia conhecido ainda, o Charlie. Mamãe me contou que ele havia ido pra Miami com o pessoal, mas que no final do dia ele já estaria em Los Angeles.

Eram quase meia noite, minha mãe já tinha capotado no sofá, enquanto eu estava mais acordada que nunca, eu não queria ir com o Steve para não deixar minha mãe sozinha, e pra que ele não pensasse que eu era uma irmã maníaca.

- Chegamos! –disse o Steve.

- Oi eu sou a... Holmes?! –bom, eu estava surpresa demais, só que ele não.

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